quinta-feira, setembro 29, 2005


CowParade é um dos maiores e mais bem-sucedidos eventos contemporâneos de arte de rua do mundo. Com mais de cinco anos de existência, esse projeto já percorreu mais de 28 cidades ao redor do mundo, incluindo Chicago, Nova York, Londres, Las Vegas, Bruxelas e Praga.


Conversa mole pra boi dormir

Estamos em tempos de vacas magras, mas mesmo assim, haverá um leilão (vaquinha), onde toda renda obtida (de quem não é mão-de-vaca) será doada para a fundação Abrinq.

Os objetos leiloados serão vacas coloridas, em tamanho natural, confeccionadas em fibra de vidro e decoradas por personalidades e anônimos.

Mas não vamos colocar a carroça na frente dos bois. Antes que o leilão aconteça, as vaquinhas estarão espalhadas por diversos lugares de São Paulo.

Nem que a vaca tussa, deixarei de registrar em fotos, a cara do boi da cara preta.

E antes que a vaca vá para o brejo, estarei no celular Vivo Moblog (tem boi na linha), dando os nomes aos bois.

Lendo: A vaca voadora
Assistindo: A vaca e o frango
Ouvindo: Boi Barnabé

"São Paulo é o paraíso das coisas excêntricas: tem uma rua Direita, que é torta; uma rua Formosa, feíssima; uma rua das Palmeiras sem palmeiras; e o maior viaduto da terra do café tem o nome de... viaduto do Chá!"
(Frase de origem desconhecida, atribuída aos chamados cronistas macarrônicos, populares nos anos 20, "São Paulo - 450 Anos Luz", Editora de Cultura, 2003)

CowParade é um dos maiores e mais bem-sucedidos eventos contemporâneos de arte de rua do mundo. Com mais de cinco anos de existência, esse projeto já percorreu mais de 28 cidades ao redor do mundo, incluindo Chicago, Nova York, Londres, Las Vegas, Bruxelas e Praga.

sexta-feira, setembro 23, 2005



A primeira peça, a gente nunca esquece...

Vestia uma camiseta com a sugestiva frase "Vá ao teatro, mas não me chame". Mas um dia me chamaram e eu fui.

Assisti a peça "Trair e Coçar, é só começar", com a atriz Denise Fraga, na época ainda desconhecida do grande público.

A peça tem como personagem principal: Olímpia, uma empregada doméstica que causa uma enorme confusão. Por causa de um mal entendido, acaba envolvendo várias pessoas do prédio em suspeita de adultérios.

O espetáculo, que estreou pela primeira vez em São Paulo no ano de 1989, foi escrito por Marcos Caruso e está até hoje em cartaz.

sábado, setembro 17, 2005


O diário do pão com manteiga na chapa mostra toda a complexidade do nosso dia-a-dia. Uma surpresa a cada post.


Crônica de uma morte anunciada

Quase todos os dias, ele sempre comeu pão com manteiga na chapa. Alternava o pão da padaria Lisboa, com o pão do mercado Sé. A manteiga utilizada, entre outras, era Aviação. E o sal preferido, Cisne.

E foi assim durante anos. Mas um dia ele utilizou um pão amanhecido, e nem percebeu. A manteiga que usou estava com a validade vencida. E o sal, com a embalagem violada. Enquanto acessava a internet, o pão acabou queimando na chapa. Mas, ele comeu assim mesmo. Acabou se engasgando. Não deu tempo de pedir ajuda. Morreu na beira do fogão.

Moral da estória: o cotidiano mata.
Moral da estória (parte 2): nem todos os finais são felizes.

"Qualquer semelhança com fatos e pessoas da vida virtual será mera coincidência."

(Publicado no Estórias da Carochinha em 16/12/2001 - o diário do pão com manteiga na chapa chegou ao fim em 05/03/2002.)

O diário do pão com manteiga na chapa mostra toda a complexidade do nosso dia-a-dia. Uma surpresa a cada post.

domingo, setembro 11, 2005



Anjos sem asas

Manhã clara sob os céus de um crepúsculo que estaria por vir. Alguns anjos caminham lentamente nas ruas de Manhattan. A penumbra envolveria a ilha em fumaças, alaridos e mortes. O mundo estarrecido assistiria uma cena apocalíptica.

A morte sobrevoa soberana, e os anjos a reconhecem. Ela vem como o vento. Não como um vento qualquer, desses que anunciam a chuva, a mudança de estação. Ela vem como uma tempestade, que quando termina arruína a lavoura.

Um vento de um deus pagão: kamikaze. Guiados por homens-bombas suicidas. E a morte tira-lhes a vida, e com eles a vida de centenas de inocentes.

Queria - pensa um dos anjos, - poder por um instante estar naquela vida, e saber as razões que levam um homem, a recusar sua própria vida, e levar consigo outras vidas.

Dádiva - completa o outro anjo, - a vida é uma dádiva. Quem a tem, preserva como um dom precioso. Não há preço.

De repente, um estrondo. Gritos ecoam por toda parte. O dia estava apenas iniciando. Os anjos teriam muito trabalho. E eles sabiam que a morte seria impiedosa. Sentiam seu odor efêmero, porém com vestígios desmedidos.

Sinais de fogo iluminam uma torre alta. Perto dali, uma estátua mantém presa em suas mãos uma tocha que grita por liberdade. Quinze minutos depois, outro estrondo. Estilhaços, gritos e gemidos. Uma torre gêmea agora também abriga a morte.

Em meio ao caos em que se segue, os anjos passeiam por outros anjos sem asas. Homens que sobem a torre à procura de vidas. Os anjos sabem que nos olhares daqueles homens pasmos e assustados, encontram-se a incerteza e o silêncio.

Uma hora depois um estrondo maior, uma torre vem ao chão. E a outra torre, meia hora depois. Agora só são escombros. E uma nuvem de pó e fumaça encobre a manhã clara.

Dois contrastes: homens que apreciam a dádiva da vida e as perdem para salvar outras vidas, e homens que menosprezam a vida, e as perdem, levando muitas outras.