sexta-feira, fevereiro 13, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#05 - Marcelino, Pão e Vinho

(Marcelino, Pan y Vino, Espanha, 1955) Direção: Ladislao Vadja. Elenco: Pablito Calvo, Rafael Revelles, Antonio Vico, Juan Calvo, José Marco Davo, Fernando Rey

"Menino abandonado em convento de frades cria um amigo imaginário e, escondido dos frades, mantém encontros com o próprio Cristo crucificado."

O garoto Pablito Calvo foi premiado em Cannes, no ano do lançamento do filme.

Apesar desse filme ter sido rodado em 1955, ele esteve em cartaz nos cinemas brasileiros entre o final dos anos setenta e começo dos anos oitenta, sendo também um dos grandes sucessos de bilheteria daquela época.

No final do filme, a maioria das pessoas saíam emocionadas do cinema, seduzidas pelos clichês melodramáticos. Eu, um pouco decepcionado, por não ter "visto" o Manuel, o amigo imaginário do Marcelino.

Enquanto isso, na escola em que eu estudava, um garoto de nome Marcelino, ganhou a alcunha: "Pão e Vinho", que o perseguiu durante todo o primário (ensino fundamental).

quarta-feira, fevereiro 11, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#06 - Superman - O Filme

(Superman, EUA, 1978) Direção: Richard Donner. Elenco: Christopher Reeve, Gene Hackman, Marlon Brando e Terence Stamp.

"O filme conta a história do único sobrevivente do planeta Krypton, que é enviado para a Terra ainda bebê e aqui cresce dotado de incríveis superpoderes. Ganhador de um Oscar especial, concedido pela Academia. (Adoro Cinema)"

Sempre que assistia algum sessão de karatê, no fim do filme já me sentia o próprio Bruce Lee, aplicando golpes no meu irmão mais novo. O mesmo acontecia com os filmes de bang-bang, quando os travesseiros transformavam-se em cavalos, e os dedos em armas poderosas. E quando ficava nervoso, bastava lembrar do incrível Hulk para adquirir sua força, sem precisar ficar verde.

Mas de todos os heróis, ser o Superman era o mais interessante. Improvisava-se uma toalha enrolada no pescoço e pronto, tinha-se uma capa. Se bem que era a mesma capa utilizada para ser o Zorro. E o Zorro ainda tinha a máscara e a espada. Já o Superman não tinha nenhum acessório especial, mas era o mais poderoso de todos.

Eu só não entendia porque ele mantinha sua identidade secreta por trás de um óculos, e ninguém desconfiava ser ele o Superman.

domingo, fevereiro 08, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#07 - O Campeão

(The Champ, EUA, 1978) Direção: Franco Zeffirelli. Elenco: Jon Voight, Faye Dunaway e Ricky Schroder.

"Pugilista decadente, sustenta o filho fazendo pequenos serviços, enquanto continua treinando para voltar aos ringues. Um dia, a mãe do garoto (que havia abandonado o menino, e voltou, com dinheiro para lhe assegurar a melhor educação) reencontra o filho e decide reclamar sua custódia O pai, ex-campeão de boxe, resolve então voltar aos ringues e ser novamente campeão."

Além da pipoca e do refrigerante, convém ter em mãos também uma caixa de lenços. Essa foi a terceira versão dessa história lacrimosa. A primeira filmagem ocorreu em 1931. E a segunda em 1952.

Quando Lula ainda era candidato a presidente em 2002, perguntaram qual foi o filme que o fez chorar. E ele respondeu: "O Campeão".

Mas, apesar de "O Campeão" fazer parte da série: "os grandes filmes da minha infância", ele não faz parte de outra série: "os filmes que me fizeram chorar". Sim, na época devo ter chorado um bocado. Mas quando se é criança, o choro é rotineiro.

Quando revi esse filme há alguns anos, o impacto não foi o mesmo. O filme ficou datado, perdido em algum momento mágico da minha infância.

sexta-feira, fevereiro 06, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#08 - O Menino da Bolha de Plástico

(The Boy In The Plastic Bubble, EUA, 1976) Direção: Randal Kleiser. Elenco: John Travolta, Glynnis O'Connor, Robert Reed, Diana Hyland, Ralph Bellamy.

Mais um filme exibido em alguma "sessão da tarde" da minha infância: "O Menino da Bolha de Plástico", estrelado por um ainda desconhecido John Travolta.

O telefilme aborda a questão das crianças que têm de viver confinadas em um mundo esterilizado.

John Travolta fez o papel do protagonista: um rapaz que tinha de escolher entre continuar vivendo em seu mundo sem germes, ou conquistar o amor de sua vida: uma vizinha que ele conhecia desde criança, e morrer em pouco tempo.

Um ano depois, John Travolta interpretou Tony Manero em "Os Embalos de Sábado à Noite ", que teve um público de mais de seis milhões de pessoas em bilheterias brasileiras. E em 1978, contracenou com Olívia Newton-John, o filme: "Grease - Nos Tempos da Brilhantina".

De qualquer forma, quando a televisão exibiu "O Menino da Bolha de Plástico", o público brasileiro já o conhecia, pela fama conquistada no cinema. O filme foi exibido pela primeira vez, no início dos anos oitenta.

quinta-feira, fevereiro 05, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#09 - O Pássaro Azul

(The Blue Bird, EUA, 1940) Direção: Walter Lang. Elenco: Shirley Temple, Nigel Bruce, Spring Byington, Eddie Collins, John Russell.

Em alguma data desconhecida da minha infância, numa sessão da tarde (provavelmente), largado no sofá, assisti esse filme estrelado por Shirley Temple.

Mas na realidade lembro-me muito pouco do filme, o que chega a ser contraditório: - "Grande filme da sua infância ? Mas você nem se lembra do roteiro ?" É que na verdade, no decorrer dos anos, algumas lembranças tornam-se fragmentos. Então junta-se um pedacinho aqui e outro ali, até ter o "quebra-cabeça" inteiro novamente.

O problema é que eu não consigo encontrar algumas peças importantes, fundamentais para enxergar o todo. Tudo o que me lembro é que numa determinada cena, a personagem interpretada pela Temple, percorre um lugar desconhecido, onde reencontra seus avôs falecidos.

Seus avôs permaneciam adormecidos nesse lugar, e só acordavam quando alguém lembrasse ou pensasse neles (Essa cena me marcou, porque a partir de então, passei a pensar mais nos meus avôs, para que eles não "vivessem" num sono eterno).

E em outra cena, ela conhece seu irmão, que ainda iria nascer.

Mas como não confio muito na minha mémoria, recorri ao google, na intenção de encontrar algumas peças faltantes. Encontrei um Playground, onde o autor, no post de quatro de fevereiro, relembra (ou não) esse clássico da nossa "desmemoriada" infância.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

Os grandes filmes da minha infância
#10 - O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão

(O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão, Brasil, 1977) Direção: J. B. Tanko. Elenco: Renato Aragão, Dedé Santana, Mussum, Monique Lafond, Francisco Di Franco.

"Os amigos Pilo (Renato Aragão) e Duka (Dedé Santana) ganham a vida em brigas simuladas nas praças públicas, enquanto Fumaça (Mussum) recolhe apostas. Pensando que são homens corajosos, a jovem Glória contrata os três para uma expedição às minas do Rei Salomão, onde o pai dela, o arqueólogo Aristóbulo, é prisioneiro. Oferece como prêmio um fabuloso tesouro desconhecido do qual ela tem a única pista existente. Pilo logo se apaixona por ela que, no entanto, está interessada em Alberto, também integrado à expedição. Durante a jornada, enfrentam uma bruxa malvada disposta a tudo para impedir que eles cheguem até o tesouro." (Globo Filmes)"

O antigo cinema do bairro onde moro (que hoje abriga uma igreja evangélica), teve seu apogeu no final dos anos setenta e durante toda a década seguinte. E foi nele, nos seus áureos tempos, em que vivi meus dias de "cinema paradiso".

Não me lembro exatamente qual foi a primeira vez que entrei no velho cinema, e pude contemplar um filme projetado no telão . Mas um dos filmes que assisti, e que marcou aquele período da minha infância, foi O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão.

Um filme que tinha como elementos: três trapalhões (o Zacarias ainda não fazia parte da trupe), arqueologia, tesouro e uma bruxa malvada. Numa época em que as filas da bilheteria eram quilométricas e os trapalhões viviam sua melhor fase.

Aliás, esse é o filme dos Trapalhões em que obteve o seu maior público. E ocupa a terceira posição na história do cinema nacional com 5.726.775 espectadores. Perde apenas para a "Sônia Braga" nos filmes: "Dona Flor e seus dois maridos" e "Dama do Lotação".