quarta-feira, maio 28, 2003

10 coisas que você não deve fazer...

Depois dos 30 anos

01. Tatuagem. A não ser que você esteja preso. Há anos.
02. Escutar, sem cair na gargalhada, qualquer talento emergente da chamada "nova MPB".
03. Ler gibi da Mônica.
04. Ir para o Nepal abrir o terceiro olho.
05. Contar aos amigos que você pretende abrir o terceiro olho.
06. Acreditar que você é um hacker perigoso só porque consegue conectar o computador na tomada.
07. Ser adapto do PSTU e sair repetindo o slogan "Contra burguês, vote 16!"
08. Acampar. E cantar música do Legião Urbana no acampamento.
09. Aprender a dançar.
10. Pedir dinheiro à namorada para levá-la ao cinema.

(Por Edson Aran)

segunda-feira, maio 26, 2003

10 coisas que você não deve fazer...

Depois dos 20 anos

01. Ficar de mal do seu melhor amigo porque ele acha o Digimon melhor que o Pokémon.
02. Assistir peças de teatro com personagens chamados Esquilinho Esquisitinho e Ploft, o Fantasminha Flatulento.
03. Ler gibi da Luluzinha.
04. Preferir revistas de dinossauros a revistas com mulheres nuas.
05. Se trancar no banheiro e ameaçar cortar os pulsos porque levou um fora da namorada.
06. Se trancar no banheiro. Por qualquer motivo.
07. Se apaixonar por uma garota e não contar pra ela.
08. Colar na prova.
09. Aprender a beijar. Começar a aprender.
10. Pedir dinheiro ao seu pai para levar a namorada ao cinema.

"O tempo passa e existem coisas que, se você quiser manter o mínimo de dignidade, não devem ser feitas depois de uma certa idade".
(Por Edson Aran)

domingo, maio 25, 2003

Adivinhe quem vem para jantar

Acredito que a Globo deva ter algum contrato de exclusividade nas noites de domingo, com os atores canastrões Charles Bronson e Chuck Norris. Quando não é um, é outro que marca presença nos filmes programados para exibição no "Domingo Maior".

Nessa noite então, teremos uma overdose: os dois estarão presentes. Cada um protagonizando um filme.

Pior que isso? Só se tiver um filme com os dois atuando juntos.

sábado, maio 17, 2003

Objetos, livros e CDs que emprestei e que nunca me devolveram

"Ela sacou um Jack Kerouac da bolsa e disse que estava devolvendo uma parte da minha história. Seus grandes olhos verdes, inundados de lágrimas por lembranças de um passado triste e mal resolvido. Seus olhos penetravam meu silêncio, trazendo imagens disformes, inexplicáveis naquela noite sem poesia."

Inicio uma nova série, com o primeiro parágrafo "à deriva" de Leon em seu "Beijo Descalço".

Todos os objetos, livros, CDs e outras quinquilharias que um dia emprestei (mesmo os que eu não faria questão nenhuma em tê-los de volta), podem (quem sabe um dia) serem devolvidos como quem devolve a parte da história de alguém.

Em locadoras e bibliotecas, existem prazos para devoluções. Entre amigos, colegas e conhecidos, esses prazos nunca são obedecidos, ou nem sequer existem.

Tenho vontade de comprar dois exemplares de cada livro e CD favorito (precavendo que um exemplar emprestado pode nunca mais ser devolvido).



Comprei o CD dos "Sobrinhos do Ataíde", quando eles ainda participavam da programação da rádio 89 FM de São Paulo.

No CD, está registrado um pouco do humor que o trio destrinchava na "rádio-rock", com seus personagens inesquecíveis como: Peterson Foca, Zé e os Cara, Mano Wladimir, Seo Gilmar e Marquinho, Pinóculos, Wilber, Tuca Zazueira, Waleska Cristina, Irmãos Benson, entre outros.

Esse CD foi emprestado (sem minha permissão) pelo meu irmão para algum amigo dele, que na certa emprestou para outro amigo, que emprestou para outro amigo, e esse mundo é tão pequeno e dá tantas voltas, que qualquer dia, um amigo meu vai me emprestar o meu próprio CD.

Tudo bem, esse não é um CD da minha lista de favoritos. CDs são para ouvir música e não piada, e eu posso viver muito bem sem ele. Mas se você amigo(a) leitor(a), tiver em sua casa um CD dos "Sobrinhos do Ataíde" e não sabe de onde procedeu, pode ser o meu.

sábado, maio 03, 2003



Fragmentos

Há momentos que ficam registrados, mesmo que em fragmentos, e tempos depois ainda nos persegue, como algo que não pode ser esquecido.

Lembro-me de meu avô, voz imponente, olhos cansados, cabelos embranquecidos, sempre com um sorriso nos lábios, pronto para nos contar uma das suas tantas estórias.

Em seus últimos dias, já não possuía o mesmo vigor de antes. Encontrávamos na varanda ao entardecer. Seus olhos já não fitavam o horizonte a contemplá-lo. Talvez seus pensamentos já estivessem distantes, pressentindo pouco a pouco o fim da sua mais bela estória.

Mas não são suas estórias que hoje preenchem a minha lembrança. Quando lembro-me dele, recordo-me de um natal onde reunimos toda a família.

Naquele final de ano, meu avô ganhara uma tevê colorida, com uma novidade até então desconhecida: um controle remoto.

Quando reunimos todos na antiga sala do casarão, o velho patriarca sentado na cadeira que pertencera a seu pai, exibia orgulhoso em suas mãos a novidade tecnológica. O aparelhinho mágico, que mais tarde serviria de inspiração para seu novo apelido: Vovô Zap, o fez tornar naquele momento o centro das atenções. Ele tinha nas mãos, o controle da família novamente. Dependeria dele, o que os nossos olhos iriam observar a partir daquele instante. As nossas ações, estariam totalmente dependentes daquelas frágeis mãos que outrora detinha o poder. Por alguns instantes, estávamos à mercê das decisões que ele iria tomar.

Depois daquela noite, e de muitas que viriam, assistir tevê com o vovô, era uma estranha diversão. Pois na verdade, não era a tevê que assistíamos, ele não deixava em um único canal por mais de dois minutos. O que assistíamos era ele e seu semblante de satisfação.