sexta-feira, dezembro 31, 2004

Oito manchetes para entender dois mil e quatro


Vanderlei vira estrela da maratona


Brasil conquista a Copa América


O Brasil relembra Ayrton Senna


Tsunami mata milhares na Ásia


Piloto norte-americano é detido por fazer um gesto obsceno


Morre Leonel Brizola


Roberto Justus estréia na TV, comandando o reality show O Aprendiz


Seleção Brasileira masculina de vôlei comemora bicampeonato olímpico

terça-feira, dezembro 28, 2004

Diurno

Não tive a noção exata que o tempo passou, e ainda estávamos no primeiro ato. Tantas histórias vividas. Pouca vida minha. Já não sabia se tudo o que contei era verdade, ou se era um embuste absorvido em meu subconsciente. Até eu mesmo cria no que eu não vivia. Uma vida projetada, do nada, do acaso. Não queria representar o mesmo personagem. Queria ser o anti-herói. E ao fechar as cortinas, quando já não ouço a platéia, pedi minha vida de volta...mas, devolveram o mesmo roteiro.



Noturno

Nos bares, nas noites de verão, os assuntos são amenos, porém inócuos. Quando desaba a madrugada, todos os loucos e bêbados viram filósofos. Viram poetas. Viram profetas. Ingressam assuntos complexos, teses defendidas, paradigmas dissolvidos.
Nessa hora, bons poemas são paridos. Nascem sonhos, idéias, germinam vidas.
Na madrugada, onde tudo parece tranqüilo...

sábado, dezembro 25, 2004



Jesus, um nordestino
(Diógenes da Cunha Lima)

Eu penso que Jesus devia de nascer em Belém, na Paraíba.
Sim, em Belém, perto de Guarabira e vizinho de Pirpirituba. E se não bastasse a vizinhança a indicar a rima e o caminho, perto de Nova Cruz.

Era filho caçula de dona Maria, mulher dona de beleza e que germinava bondade nas pessoas.

Era menino moreno, muito esperto, embalado em rede de algodão cru. Tinha sandálias com currulepo entre os dedos e cajus, em dezembro, a matar a sede.
E seu pastor fora um vaqueiro nordestino, de gibão e perneira e guarda-peito, para livrar as suas carnes da Jurema.

Vieram adorar o Deus-Menino os santos reis entrelaçados de bom jeito: um negro, um índio e um branco português.

Seria fácil encontrar espinhos, para coroar a fronte de de Jesus, e um pau de arara em São José do egito para levá-lo, retirante, para São Paulo.
Um santo feito para as grandes secas!

Meu Deus, meu Deus, por que nos abandonaste, exclamaria enquanto repartia com o povo nu as suas vestes, multiplicadas como pães ou peixes.

Quando criança, o Jesus da Paraíba era carpinteiro como seu pai, fazendo caixões azúis para os anjos do lugar. E proezas num cavalo de pau. Sim, num cavalo de pau, pois seu jumento era muito magro e nem servia para carne de jabá.

Jesus era um menino desnutrido a fazer o bem, desnutrido como os outros da região, onde as coisas só vão na base do milagre ou da força parida da vontade.

Eu penso que Jesus devia de nascer em Belém, na Paraíba!

terça-feira, dezembro 14, 2004



Os melhores de 2004

Na categoria Televisão, a Mega Liga de VJs Paladinos (MTV) ganharam como Melhor Animação. Já na categoria Música Popular, Seu Jorge levou o prêmio por Melhor Cantor, e Ney Matogrosso e Pedro Luís & A Parede, por melhor disco.

Arnaldo Jabor foi premiado na categoria Literatura. Seu livro "Amor é Prosa, Sexo é Poesia - Crônicas Afetivas", ganhou o prêmio Melhor Crônica/Conto.

A lista completa está na APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte)

quarta-feira, dezembro 08, 2004



Era um garoto que como eu amava os Monkees e os Stone Roses

"Sabe porque os jovens já não respeitam os seus pais? Por culpa dos Beatles. Depois que eles surgiram, a juventude virou essa baderna que hoje aqui está." -Essa frase, dita assim, solta, do nada, parece ter sido tirada de algum momento dos anos sessenta. Mas, foi dita há alguns dias, por um senhor de setenta e poucos anos, para mim.
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Quando vestia calças curtas, nos inocentes tempos de minha infância, assistia uma série de TV sobre um grupo de rock chamado "The Monkees". Quando conheci(vi) os Beatles pela primeira vez, a reação foi instantânea: "Esses caras estão imitando os Monkees..."
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Agora uma tríade musical: o melhor, o pior e um ícone, publicados na panorâmica da Folha. Primeiro o melhor: escrita e gravada em 1965 por Bob Dylan, "Like a Rolling Stone" lidera a lista das 500 melhores músicas da história publicada pela revista "Rolling Stone". Em segundo lugar, aparece "I Can't Get No Satisfaction" (1965), do grupo inglês Rolling Stones. "Imagine" (1971), escrita por John Lennon já em sua carreira solo, vem na terceira posição. Em último lugar, aparece "What I'd I Say" (1959), de Ray Charles. Na lista feita por 172 escritores e artistas, Dylan, Beatles e Rolling Stones aparecem várias vezes.
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Agora o pior: "Ob-La-Di, Ob-La-Da", de 1968, foi eleita a pior música de todos os tempos, segundo pesquisa on-line feita com mil pessoas. Em seguida está "Fog on the Tyne", de um jogador de futebol inglês.
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Por último, o ícone: o beatle John Lennon ficou na frente de Elvis Presley em uma pesquisa feita pela revista britânica de música "Q" para descobrir quem é o maior ícone do rock'n'roll de todos os tempos. Paul McCartney, companheiro de Lennon no grupo de Liverpool, aparece em 12º. Em entrevista à revista, a viúva de Lennon, Yoko Ono, disse que ele foi um homem obstinado. "Parecia que ele sabia que estava na Terra por um período relativamente curto", disse. O músico foi assassinado por um fã em frente ao seu apartamento em Nova York, em 08 de dezembro de 1980.
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Ah, e os Stone Roses? E para não dizer que não falei nos Roses, aqui vai uma dica do Fabian Décio Chacur, no seu magnífico e indispensável livro "Os ídolos do Pop/Rock": O álbum de estréia do grupo de Manchester, é um dos clássicos do rock independente, e em sua versão americana traz como bônus as faixas "Elephant Stone" e "Fools Gold", que, somadas a "I Wanna Be Adored", "She Bangs the Drum", "Waterfall" e "Don´t Stop", tornam o CD imperdível.