terça-feira, dezembro 28, 2004

Diurno

Não tive a noção exata que o tempo passou, e ainda estávamos no primeiro ato. Tantas histórias vividas. Pouca vida minha. Já não sabia se tudo o que contei era verdade, ou se era um embuste absorvido em meu subconsciente. Até eu mesmo cria no que eu não vivia. Uma vida projetada, do nada, do acaso. Não queria representar o mesmo personagem. Queria ser o anti-herói. E ao fechar as cortinas, quando já não ouço a platéia, pedi minha vida de volta...mas, devolveram o mesmo roteiro.



Noturno

Nos bares, nas noites de verão, os assuntos são amenos, porém inócuos. Quando desaba a madrugada, todos os loucos e bêbados viram filósofos. Viram poetas. Viram profetas. Ingressam assuntos complexos, teses defendidas, paradigmas dissolvidos.
Nessa hora, bons poemas são paridos. Nascem sonhos, idéias, germinam vidas.
Na madrugada, onde tudo parece tranqüilo...