quinta-feira, outubro 30, 2003

Em algum lugar do passado

No meu computador tem um programa chamado Hama-Mu. É um desses utilitários, que ocupa pouca memória e possui pouca utilidade. O que não é o caso desse programa, pois ele tem uma memória de elefante. Basta que eu digite o meu nome completo, data de nascimento e sexo, para que o Sr. Sabe Tudo me forneça sem rodeios, o número da sorte, personalidade, horóscopo e até minha vida anterior.

Eu sempre imaginei que numa vida anterior, eu teria sido o Ernest Hemingway, que suicidou-se num nebuloso dois de julho, em exatos oito anos antes da minha atual encarnação. Ou quem sabe, algum famoso faraó, como o Faraó Tutankamon. Ou algum Sultão, Rei...
...E para minha surpresa, fui uma desconhecida cozinheira:

Sexo: Feminino
Ano de Nascimento: 550
Local: Leste da África

Profissão: Dona de pousada; taberneira; hoteleira; alguém que cozinha para muitas pessoas.
Personalidade: Embora você fosse uma pessoa calma e tímida, com tendência a ser dominada por indivíduos fortes ou autoritários, no seu interior viviam as qualidades da criação. Debaixo dessa aparência apagada, você teve uma sabedoria intuitiva, descobrindo as coisas boas da vida.

sexta-feira, outubro 24, 2003

Controle-remoto

O tema da vez do Multi-Uso pergunta:
"Se você tivesse uma emissora de tevê, quais os dez programas que fariam parte da programação?"

01. Provocações
02. Os Normais
03. Wonder Years
04. Arquivo X
05. Malcolm
06. Chaves
07. Simpsons
08. South Park
09. Cine MTV
10. Rock e Gol

quarta-feira, outubro 22, 2003

Estive na MTV e me lembrei de você...

Para sintonizar a MTV pela primeira vez, comprei um conversor na Santa Efigênia. Ao ligar o aparelho no televisor, vi uma imagem de uma Astrid que rodopiava sem parar. Não sei se era a antena da tevê, que tinha um chumaço de bom-bril; ou se era o câmera-Man, ou se era a própria Astrid ou se era eu mesmo; tudo girava feito um carrossel psicodélico. De lá pra cá, muita gente rodou na MTV:

01. Cuca Lazzaroto - Depois que foi VJ e apresentadora da MTV, Cuca foi repórter do programa "Domingão do Faustão". Atualmente é apresentadora do Disney Channel.
02. Gastão - Entre os programas que apresentava, Gastão comandava o "Fúria MTV" com muita propriedade. Hoje leva o seu "Musikaos" na TV Cultura.
03. Sabrina Parlatore - Ex-VJ da MTV e ex-Gastão, Sabrina comandava o programa "Território" na Band. Está apresentando o programa juvenil "Superpositivo", que antes era dividido com Otaviano Costa.
04. Cazé Peçanha - Apresentava o "Teleguiado" e o "VJ por um dia" na MTV. Na globo, após uma longa estadia na geladeira, apresentou o "Sociedade Anônima" e o "TV Megafone", no "Fantástico". Declarou recentemente: " - Quero é sair daqui." Atualmente vende cachorro-quente na porta na MTV.
05. Maria Paula - É praticamente um produto das organizações tabajara. Não funcionou como VJ. Hoje dá um show de bola no Casseta & Planeta.
06. Astrid Fontenelle - Começou ao lado do Serginho Groisman no "TV Mix" na TV Gazeta. Na MTV, lavou, passou, cozinhou. Hoje está na Band, perdida em algum programa vespertino.
07. Soninha - Substituindo os "Sobrinhos do Ataíde" no comando do "Rock e Gol", Soninha foi até comentarista na ESPN Brasil. Apresenta atualmente, o programa "RG" na TV Cultura.
08. Zeca Camargo - "Oi, aqui é o Zeca Camargo e esse é o MTV no ar..." - assim o Zeca, com uma tiara na cabeça, sempre iniciava o MTV no ar. Na globo ficou no "Fantástico". Hoje está "No Limite".
09. Babi - Depois do "Erótica" na MTV, Babi comanda o já saturado "Programa Livre", no SBT.
10. Chris Couto - Fez "Vídeo-Show" e "Um anjo caiu do Céu".



O texto acima foi publicado originalmente em 17 de Novembro de 2001. E já que hoje a "music television" está completando treze anos no ar, serviu de pretexto para republicá-lo.
Dos vjs citados, apenas o Cazé voltou. A Cuca, a Maria Paula e a Astrid continuam na mesma: Disney Channel, Casseta & Planeta e perdida em algum programa da Band, respectivamente. A Soninha voltou para a ESPN Brasil e o Zeca para o Fantástico. A Sabrina comandará um programa de verão na Band e a Babi continua numa geladeira no SBT. Não sei do paradeiro da Chris Couto. O Gastão talvez tenha comprado o carrinho de cahorro-quente do Cazé.

segunda-feira, outubro 20, 2003

Duas coisas que eu odeio...
...e uma que eu adoro


Eu odeio aqueles atendentes de locadora de filmes:
- Já viu o novo do Tom Hanks?
- Eu não! E você, já tomou uma bifa na orelha?

Odeio pessoas que supervalorização sua orientação sexual:
- Heterossexual!? Nossa, você ainda vive na idade da pedra!! Não somos mais macacos!
- É! Sou um orgro mesmo!

Adoro torrar a paciência do meu filho:
- Aí, fedelhão!? Seu pirralho, molecão... olha só a barbinha do pirulinho do papai!
- Que merda!


Eu odeio caminhadas ecológicas:
- Ah, a natureza me arrebata, me deixa em estado de graça...
- A mim, causa diarréia!

Eu odeio excursões turísticas:
- Aqui, diante de nós, o deus bharú, símbolo sagrado há mais de 2000 anos!
- Só!?

Adoro ficar no meu canto, escutando Django Renhardt.

Eu odeio teóricos de quadrinhos:
- ...semioticamente falando...
Eu odeio pessoas que acham graça em tudo que eu falo:
- Eu ali, menino, vendo minha cadela querida, morrendo...
- Ah, ah, ah, ah, que sarro!!

Adoro ir sempre ao mesmo restaurante e pedir o mesmo prato.

Eu odeio gente que se acha acima de todas as coisas:
- Rock, rap...? Sinto, só ouço operas!
- Sexo, então, nem pensar!

Eu odeio aqueles que cultuam a sua própria inferioridade:
- Ora, quem sou eu para falar? Perto de você não sou nada!
- Certo, mas não lamba as minhas botas!

Adoro mentir sobre o que sou:
- Cartunista? E o que exatamente faz um cartunista?
- Cartunista é quem trabalha em fábricas de cartolina!


Por Angeli

Minhas principais influências não estão nos livros, nem nos discos, muito menos nos cinemas. Estão nas revistas do Pato Donald.

terça-feira, outubro 14, 2003



Olhai os livros na estante

Em pedra-sabão, uma dupla de leitores sentados à sombra de um ipê, lêem seus livros enquanto servem de suportes para outros livros: os contos de Edgar Allan Poe; a estranha metamorfose de Kafka; o vôo de Fernão Capelo, de Richard Bach; duas obras de Hemingway e o romance de Mário de Andrade: amar, verbo intransitivo.

Eles moram no topo da estante. Visão privilegiada. O ipê é imaginário. Antes moravam numa feira de artesanatos numa praça histórica de Ouro Preto.

Que livros estarão lendo? Será Tolstoi, Drummond, Camões, Guimarães Rosa, Maquiavel?

No segundo andar, a prateleira que abriga o diário de Anne Frank, abriga também o diário secreto de um adolescente, de Sue Townsend. Convivem lado-a-lado de P.E. Quim, Edith Pendleton, Guy Bechtel, Janusz Korczak, Alice Walker e dos brasileiros Guarnieri, José Louseiro, Jorge Amado, Flávio de Campos, Paulo Coelho, Loyola Brandão e Rubens Paiva.

O humor impera no primeiro pavimento. Os ilustres moradores são: Millôr, Stanislaw, Chico Caruso, Veríssimo, Jô Soares e Chico Anísio. Seus vizinhos equilibram o andar, com a seriedade de leitura obrigatória de Machado de Assis, Raul Pompéia, Visconde de Taunay, Gustave Flaubert, José de Alencar e Lima Barreto. E ainda, numa morada secreta, o pensamento vivo de Marx, Lennon e Raulzito.

No andar térreo, entre os robustos Larousse Cultural, Aurélio e Povos do Passado, as discussões filosóficas e teológicas com as confissões de Santo Agostinho, o dom supremo de Henry Drummond, a exegese de Uwe Wegner, a iniciação à filosofia de Joaquim Severino, o romance de Jostein Gaarder, o Torah e a Bíblia.
Espalhados pela cômoda, Rubem Fonseca, José Saramago, Nabokov, Lightman, Hornby e Fernando Pessoa.

Perdidos em empréstimos sem volta (creio eu), Kerouac, Mário Prata, Drummond, Clarice, Robert Musil, entre outros.

A princípio, alguns ficarão na estante. E outros porém serão transportados em caixas de papelão para outra moradia.

E intrigados estarão todos os livros perguntando uns aos outros: Quais serão os escolhidos?

domingo, outubro 12, 2003

Todas as garotas do ginásio

Linda de morrer - Ela só sai com caras três anos mais velhos. Se, por acaso, um dia ela falar com você, será para pedir alguma coisa.

Garota tipo velha - Ela leva tudo a sério, como se tivesse trinta e cinco anos. Ela quer que você a respeite e já gosta de conversar sobre relacionamentos. Aos trinta e cinco, ela vira a garota tipo insuportável.

Garota camarão - De costas, ela desperta a curiosidade de todos. Mas quando vira de frente, é feia que dói. É como o camarão, deve-se tirar a cabeça e aproveitar o resto.

Peitos - A peitos sempre estuda numa classe em que há outra com o mesmo nome. Para diferenciá-la, seu apelido vira "peitos". Exemplos mais comuns: Dani Peitos, Lu Peitos, Rê Peitos, Ana Peitos.

A chorona - Ela está sempre com o nariz vermelho e um lencinho na mão. Mas você nunca sabe se é porque brigou com o namorado ou está com rinite.

Garota tipo criança - Ela tem a cama infestada de bichinhos de pelúcia e sempre faz brincadeiras com voz de bebê. Por alguma razão sobrenatural, as notas dela são melhores que a sua.

Bagaceira - Ela está sempre quatro doses de fanta com vodca na sua frente.

Gordinha esquema - Sabe aquela que é meio gordinha, mas é esquema? Então. É ela mesma.

Garota tipo Barbie - Ela usa todos os cremes para pela da mãe e passa horas no cabeleireiro. À noite, depois de brincar escondida com suas bonecas, vai dormir sonhando com o príncipe encantado.

Garota tipo cabeça - É o completo oposto da garota tipo Barbie, e pode ser encontrada em várias versões. As mais comuns são:
1. cineclubista. - fã de Godard e escritores existencialistas.
2. engajada. - também conhecida como "garota tipo Heloisa Helena".

Garota tipo mano - Ela é torcedora fanática do corinthians, joga bola melhor que você e termina todas as frases com "mano". No dia em que vai de saia, todo mundo acha estranho.

A melhor de todas - Ela é a mais gostosa da classe, adora ler homem-aranha, odeia rapazes mais velhos e com carro e tem verdadeira tara por moleques cheios de espinhas. O único problema da melhor de todas é que ela não existe.

Por Caco Galhardo

sexta-feira, outubro 10, 2003



Diálogos imaginários

Segunda-feira de um dia qualquer, nove horas da manhã, estamos todos reunidos para mais uma reunião.
Diariamente o mesmo ritual: planejamento, concessões, metas, objetivos, breves comentários sobre política, economia e algumas banalidade do dia-a-dia.

- Vocês leram hoje no jornal que as reservas permitem dispensar o FMI ?
- Não. Não li. Mas li que os Strokes revelam segredos do novo disco.
- Se não houver acordo com o FMI no próximo ano, o país chegará em 2007 com as reservas internacionais suficientes para honrar toda a dívida com o Fundo.
- É mesmo. Que interessante. Mais interessante ainda é o quadrinho dos Pescoçudos. Vocês leram ? Há há há. Está hilário. O Caco Galhardo está se superando.
- ... No artigo do "Paulo Tenani", ele diz que a CPMF é a causa eficiente da elevação da divida pública e da redução do crescimento econômico brasileiro.
- E por falar nisso, a revista Jovem Pan entrevistou o Giuliano Manfredini, filho do Renato Russo, e ele diz ser fã do Iron Maiden, do Linkin Park e do Limp Bizkit.
- Ouvi hoje na CBN, que se depender de José Dirceu, seu colega Cristovam Buarque, da Educação, é candidato à fila dos desempregados.
- Ah, eu estava ouvindo o CD "Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro", do Nando Reis.
- Bom, boa semana para todos. A propósito, sexta-feira teremos palestra com Roberto Shinyashiki. Quem ficou responsável em adquirir os convites?
- Roberto Shinyashiki ? Não era para comprar ingressos para o show dos Los Hermanos?

Delírios urbanos de quem trocou de agência. De publicitária para bancária.

quarta-feira, outubro 08, 2003

Teriam os ponteiros esquecido do tempo?

"Corre o fim da primavera e o início do verão de 1905. Em Berna, cidade suíça à sombra dos Alpes, pacata e sistemática como um relógio, vive um jovem de 26 anos chamado Albert Einstein. Esse pequeno funcionário do Escritório Suíço de Patentes vem tendo sonhos perturbadores, todos eles ligados aos mistérios do tempo e do espaço. Num deles, por exemplo, o tempo transcorre todo num único dia - nascimento, vida e morte. Noutro, não existe futuro, a vida reduzindo-se à fixidez das estátuas. Noutro, ainda, o tempo ganha três dimensões, como o espaço, e faz com que as pessoas vivam três versões diferentes e simultâneas de suas vidas".
(Sonhos de Einstein, de Alan Lightman)

Nunca gostei de relógios. Não uso relógio de pulso. Há tempos não coloco pilhas num relógio em formato de CD, na cabeceira da minha cama. Mas por onde quer que eu ande, as horas o denunciam: o tempo não pára.

Queria poder parar o tempo. E muitas vezes quando criança, imaginava ter esse poder: de parar o tempo. Imaginava todas as pessoas imóveis, feitos estátuas, os ponteiros dos relógios inertes. E durante esse tempo, ou a ausência dele, poder fazer tudo o que quisesse ou pudesse. Seria minha carta de alforria.

Somos todos escravos do tempo: hora para acordar, dormir, comer, trabalhar, estudar, divertir... e eu que nunca fui pontual, sou considerado transgressor do tempo.

Quantas e quantas vezes cheguei atrasado no trabalho, na faculdade, num encontro qualquer. Sim, eu confesso, não tenho uma pontualidade britânica, não possuo nada dos britânicos, a não ser alguns cds de bandas britânicas, como Beatles, Rolling Stones, Sex Pistols, Radiohead e o Oasis (que estou começando a gostar).

Já cheguei atrasado quase uma hora num encontro. Me atrasei alguns minutos num concurso, em que o porteiro da faculdade gritava: "- Corre Brasil!" Me atrasei meia hora numa importante entrevista. Mas mesmo com toda essa minha insensatez, me dei bem nesses três episódios: fiquei com a garota, passei no concurso e ganhei a vaga.

Mas nem sempre pode-se parar o tempo (pelo menos o tempo real). Pudesse eu vestir uma camiseta com a palavra "pause" estampada, e subir no telhado por algum tempo.

"Há um lugar em que o tempo fica parado. Pingos de chuva permanecem inertes no ar. Pêndulos de relógios estacionam no meio de seu ciclo. Cães empinam seus focinhos em uivos silenciosos. Pedestres estão congelados em ruas poeirentas, suas pernas erguidas como se amarradas por cordas. Os aromas de tâmaras, mangas, coentro, cominho estão suspensos no ar".


P.S. "Sonhos de Einstein", de Alan Lightman, é o meu livro de cabeceira n° 2.
Meu livro de cabeceira n° 1 é aquele que eu ainda não li.

domingo, outubro 05, 2003



Pra lá desse quintal...

Da janela do meu quarto vejo o "Manoel de Nóbrega", colégio em que estudei todo o ensino fundamental. Foi ali, naquele colégio, que aconteceu a minha admissão na sociedade moderna. Até então, estava acostumado com o meu mundo inatingível de infinitas horas de brincadeiras nos quintais. E de repente, de um dia para o outro, me vi ali confinado em fileiras, tendo que conviver com pessoas de mesma faixa etária, sendo obrigado a seguir rituais estranhos, como cantar o hino nacional, usar uniformes, rabiscar códigos esquisitos em cadernos de brochura, obedecer sirenes.

"O meu primeiro dia na escola, como eu senti vontade de ir embora, fazia tudo que eles quisessem, acreditava em tudo que eles me dissessem..."

Mas também foi ali, naquele confinamento, que recebi o meu primeiro beijo. E não longe dali, no portão de entrada para ser mais exato, recebi minha primeira porrada.
Sempre que volto lá, em épocas de dever cívico, olho atentamente todo o trajeto que faço, e me imagino criança novamente, correndo no pátio nos intervalos, pulando o muro ao lado da quadra quando tínhamos aulas com professores substitutos.

Me lembro das festas juninas, dos bailes nas salas de aula, dos trabalhos na biblioteca, dos encontros atrás da cantina.

Lembro-me de alguns nomes, de alguns rostos e de algumas cenas. Como por exemplo de Célia, a primeira garota por quem me apaixonei. Ela tinha uns doze anos e namorava um "brutamontes" de catorze.
Que chances teria um garoto de onze anos? A chance de expor sua veia poética, com cartas de amor abarrotadas de poesia nonsense. Um beijo e uma porrada na mesma semana, em proporções inesquecíveis.

"Os garotos da escola só a fim de jogar bola, e eu queria ir tocar guitarra na tevê..."

Um dia marquei um encontro com a Sueli, a burguesa, no intervalo. Arquitetei diversas vezes as frases que iríamos falar, o beijo que iríamos dar. No mesmo dia, um amigo também marcou um encontro com a garota. "Eu não sabia que você havia marcado um encontro com ela." - desculpava-se meu amigo. "Eu também não sabia, se soubesse teria deixado o caminho livre."
Esse excesso de amizade e gentileza, fez com que os dois não ficassem com a garota. Mas amizade e amor não andam de mãos dadas, essa cena nos perseguiu durante todo o ginásio, com outras garotas. E fomos obrigados a nos transformarmos em oponentes.

Depois de todo esse tempo, o estranho é que apesar de ter concluído o ensino médio e superior em outras instituições, é o "Manoel de Nóbrega" que serve de cenário nos sonhos noturnos que tenho, todas as vezes que sonho estudando.

Mas hoje o "Manoel de Nóbrega" me parece mais distante. Estou de mudanças. Me mudarei de quarto, de casa, de vida, de estado civil.

O "Manoel de Nóbrega" permanecerá ali através da janela. De uma janela que não voltarei mais a observar. E permanecerá também nos meus sonhos. Os mais remotos...