domingo, junho 19, 2005

Alhos com bugalhos

Algumas pessoas confundem o Sivuca com o Hermeto Pascoal, outras acham que Moraes Moreira e Alceu Valença são as mesmas pessoas. E eu, até bem pouco tempo, achava que o Frei Betto e o Leonardo Boff eram um só. Não que eles sejam parecidos fisicamente, mas possuem
ideais semelhantes. Esse meu desconhecimento foi sanado ao ler numa revista, o Frei Betto entrevistando o Leonardo Boff.

Mesmo assim, outro dia, lendo uma outra entrevista (desta vez o entrevistado é o Frei Betto), fiquei procurando em que parte Frei Betto falava sobre o Vaticano ter condenado trechos do seu livro "Igreja, Carisma e Poder", até perceber que estava procurando acontecimentos que foram vividos pelo Leonardo Boff e não pelo Frei Betto.

De qualquer forma, selecionei alguns trechos dessa entrevista, que vale a pena ser lida na íntegra:

Socialismo: "As pessoas me falam do fracasso do socialismo e eu pergunto: o que você me diz do fracasso do capitalismo? Porque o capitalismo só deu resultado para um terço da humanidade, e assim mesmo precariamente. A concentração de renda é brutal: 20% da população mundial detém 80% dos produtos industrializados. Aqui, somos 180 milhões de habitantes - os 10% mais ricos têm 44% da renda nacional e os 10% mais pobres dividem entre si as migalhas: 1%. Isso é a objetivação de um mal intrínseco, estrutural. O mal não está nesta ou naquela pessoa, está numa estrutura, que nós precisamos combater".

Livros: "Quando a gente estava chegando a resolver a dubiedade de Platão - de que para termos o espírito elevado precisamos mortificar o corpo - houve uma inversão: agora é a exuberância do corpo e o confinamento do espírito. Há inúmeras academias e poucas livrarias. Se não malhamos o espírito, vamos criar uma sociedade emburrecida".

Mudança da juventude: "O sistema quer que a juventude mude a si mesma: é um piercing na orelha, um outro na língua, uma tatuagem na perna, metade do cabelo verde e outra azul. O lema é: 'mude-se, mas não mude o mundo'. É a monocultura que vivemos na globalização".

E para finalizar, uma pérola de Max Nunes: "O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos".

Em tempo: Escrevi Max (Nunes) e não Marx (Karl), que tem uma barba parecida com a do Leonardo Boff.

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