Estava tudo marcado para o nosso primeiro encontro, numa noite de uma segunda-feira, na Paulista.
No lugar combinado, esperava apreensivo sua chegada. As mãos geladas, os pés trêmulos e a ansiedade aumentavam pouco a pouco.
Os ponteiros do relógio pareciam diminuir seu ritmo, aumentando assim os meus batimentos cardíacos.
Enquanto a esperava, ficava imaginando como seria seu rosto, seus olhos, seus cabelos. E já projetava diálogos imaginários, ou futuros, no anseio de saber seus gostos, seus desejos, seus sonhos.
Por detalhes alheios a sua vontade, ela não pôde ser pontual, e apareceu uma hora depois do tratado.
Quando finalmente chegou, me surpreendi, era mais linda do que imaginei. Se antes não acreditava em amor à primeira vista, a partir daquele instante passei a acreditar. Se bem que no fundo, eu já a amava antes mesmo de conhecê-la pessoalmente.
Garota alguma tinha me feito ficar com aquela cara-de-bobo, como a que fiquei quando a vi pela primeira vez.
Na hora, perdi minhas palavras, e já não sentia meus pés no chão. Não... Meus pés não estavam no chão, estavam nas nuvens.
Nunca imaginei que uma garota mudaria completamente a minha vida. A ponto de me deixar sem dormir, sem pensar nela por um só instante.
Já se passaram alguns dias desde aquela segunda-feira, do dia oito de novembro, quando a Julia me foi apresentada, ali na Maternidade Santa Catarina, na Paulista.
Nunca imaginei que uma garota mudaria completamente a minha vida, como a Julia, minha filha, que acabou de nascer.
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