quinta-feira, outubro 13, 2005

...Em algum momento da comédia da vida privada

Um dia irmão, comemoraremos a vitória tão esperada. Os que jogaram, os que só torceram na arquibancada.
E bêbados de nós mesmos, a mesa coberta com os destroços do combate. Difícil dizer o que é sangue, e o que é molho de tomate. Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão. Os fantasmas de uma geração.

Um que morreu no exílio, foi devorado por vermes estrangeiros.
Um que enloqueceu um pouco, e tem delírios passageiros.
Um que ía mudar o mundo e se mudou
Um que era o melhor de nós e vacilou.
Nossa Rosa Luxemburgo que abriu uma botique.
Nosso quase Che Guevara, que hoje vive de trambique.

Estaremos você e eu irmão, e os balões circundarão nossas cabeças, como velhos remorsos.
E os garçons olharão para nós, e desejarão a nossa morte.

Dane-se as nossas trapalhadas, estivemos nas barricadas.
Não temos placas na rua, como heróis da resistência. Mas, temos conciência de que os bárbaros não passaram.

Então você dirá: - Como heróis ? Como não passaram, meu querido não te falaram? Os bárbaros ganharam.

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