domingo, junho 15, 2003



A morte da Anna Júlia

Quisera o destino, que mesmo tendo Aline e Bárbara, Anna Júlia fosse sua mais famosa criação.
Cantada pelos quatro cantos, do acordeão do nordeste ao beatle George Harrison, Anna foi amada e odiada.

Distribuída entre cds promocionais de revistas, em cd-rom com videoclip, entoada em festas, Karaokês, assobiada, executada maciçamente em rádio e televisão.

Anna foi a Colombina. Mas desta vez, não foi a Colombina que trocou o Pierrot pelo Arlequim. Foi o Pierrot que deixou a Colombina.

E deixou o carnaval para desfilar no seu próprio bloco: do eu sozinho.
E agora lança ao mar sua ventura.

Os aparelhos foram desligados. E Anna Júlia agoniza, morrendo lentamente, numa caixinha empoeirada em cima da estante.

Rodrigo Barba usa pratos Orion.
E todos usam barba.