domingo, janeiro 25, 2004
Frases que traduzam a cidade
São Paulo é a cidade dos contrastes e dos guetos. É o charme da boca do lixo.
(Alex Atala, chef)
São Paulo é um "mundo" de países e culturas diferentes e um sonho comum: a paz.
(Ana Paula Arósio, atriz)
Tudo pode... perder-se. É um escrito de uma camisa de um amigo (Tadeu Jungle). Acho que retrata bem São Paulo e o seu universo de possibilidades.
(Fernando Meirelles, cineasta)
São Paulo é uma garoa fina e um cafezinho na esquina.
(Roberto Minczuk, maestro)
Pressa!
(Jairo Bouer, psiquiatra)
A cidade tem um pouco de tristeza e solidão, porque é sempre associada ao trabalho. Por outro lado, é feliz, porque tem um coração grande: abriga todo mundo, de várias culturas e lugares.
(Marcelo Sommer, estilista)
São Paulo é a cara do mundo, um caldeirão de culturas que se encontram, se integram e se transformam como em nenhum outro lugar do planeta.
(Milú Villela, empresária e presidente do Faça Parte, do Itaú Cultural e do MAM)
Que cidade assustadora, que estranha sedução!
(Horácio Lafer Piva, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo "Fiesp")
Vejinha on-line
sexta-feira, janeiro 23, 2004
Cinco finais de alguma coisa
# 01 - Fui na padaria comprar cigarro e já volto...
Um dia deixarei de escrever nesse blog. Nada é eterno. Mas com certeza, meu último post não será de despedida. Nem terá explicações. Escreverei apenas: "Fui na padaria comprar cigarro e já volto...". Dito isso por quem não fuma, já é motivo para levantar suspeitas.
Pode ser outras frases igualmente estranhas:
- Vou atrás do trio elétrico, e só não vai quem já morreu.
- O gás acabou, fui cortar lenha.
- Estou indo assistir Xuxa Abracadabra.
Se bem que prefiro a primeira. Tantos relacionamentos terminaram com essa frase:
- Pois é, ele foi à padaria comprar cigarro e nunca mais voltou....
Apenas um bilhete anotado num papel de pão, em cima da mesa, sem maiores esclarecimentos.
A padaria é na esquina, não demoraria a voltar. Mas não voltou.
E fica a expectativa: ela esperando na janela, o filho no quintal. Passa ano e entra ano, e o sumido não vem. Até que um dia, cansada de esperar, passa a viver com o padeiro. É o destino. Ela foi todos os dia na padaria procura-lo. Mas essa é outra estória.
Posso também contar uma estória inacabada. Sem deixar vestígios do que pode ter ocorrido. Gerando algumas dúvidas insanas:
- Será que foi assassinado enquanto blogava?
Não, morte não. O final seria muito trágico. Prefiro ir a padaria comprar cigarro.
quinta-feira, janeiro 15, 2004
Cinco finais de alguma coisa
# 02 - Meus últimos cigarros
Ela me encontra
contando meus últimos
cigarros
após noites
&
noites
sem doses
ou porres
de qualquer coisa
identifico uma garota à
deriva
loba solitária
no inverso denso da máquina
de pedra
ela brilha entre
luzes
atravessa o palco
abrindo as cortinas
desfazendo ilusões
conto meus últimos cigarros
olhando
tocando
latindo para lua
em meu mundo imaterial
de seres soturnos
& olhos brilhantes
pela paixão
conto meus últimos cigarros...
pensando
Walk on the wild side...
terça-feira, janeiro 13, 2004
Cinco finais de alguma coisa
# 03 - Blecaute
Parei na contra-mão de uma quarta-feira qualquer. As quartas-feiras são estranhas, pois elas sempre estão no meio da semana. E eu encontrei uma quarta-feira no meio do caminho. Nasci numa quarta-feira. Não era de cinzas, mas era inverno. E o inverno sempre é cinzento.
De qualquer forma parei na contra-mão de uma quarta-feira qualquer, porque o combustível acabou. Até tentei dar a partida e partir, mas me encontrei perdido numa esquina de uma encruzilhada.
Conta a lenda que Robert Johnson teria vendido a alma ao demônio numa encruzilhada, para obter o seu talento e a sua habilidade com o violão. Mas, se ele perdeu a alma, foi para o blues.
E dessa esquina, vejo apenas um poste. Um poste perdido na escuridão, sem luz, sem cartazes colados, sem serventia alguma.
Mas era para ter mais postes por aqui. Essa esquina tão escura precisa de mais postes. E cada poste uma luz. Mesmo que seja amarela, meio apagada. Mesmo que ilumine pouco. Mesmo que seja para perdidos como eu, se apoiarem enquanto a bússola não lhe indicarem a direção.
quinta-feira, janeiro 08, 2004
Cinco finais de alguma coisa
# 04 - De mastodontes e de homens
Depois de seis temporadas e 115 episódios, a serie "The Wonders Years" chega ao fim, em duas partes (Verão / Dia da Independência), em 12 de maio de 1993.
É verão e Kevin está trabalhando na fábrica do pai. Winnie, por outro lado, está trabalhando em uma colônia de férias como salva-vidas. Ficaram separados durante o verão, segundo Winnie, é uma boa idéia, já que eles haviam concordado em uma discussão anterior que ambos precisavam de espaço para se encontrarem; entretanto, Kevin não está bem certo. Sua irritação aumenta quando dois de seus amigos saem para viajar pelo país e seu pai não o deixa ir junto, alegando que ele não sobreviveria por conta própria. Certo dia no trabalho, Kevin liga para Winnie, mas como ela está ocupada e distraída com novos amigos e atividades em torno da piscina, a conversa é curta. Quando Jack grita com ele por usar o telefone, os dois discutem e Kevin larga o emprego.
Ele volta para casa, faz uma mochila e vai à colônia de férias de Winnie. Ela fica surpresa e não muito contente. Certa noite, ele quer passar algum tempo com a namorada, mas ela diz que precisa ir a uma reunião de salva-vidas no lago. Ele acha que Winnie o está desprezando e ela responde que precisa de tempo para se acostumar à presença dele por lá. Naquela noite, Kevin joga pôquer com seus amigos e ganha 100 dólares blefando. Sentindo-se um homem, ele vai procurar Winnie no lago e a vê beijando um dos salva-vidas, Eric. A situação começa a piorar a partir desse momento. Ele a vê no dia seguinte, e ao contar que a viu com Eric, é acusado de espionar. Naquela noite, ele joga pôquer novamente e perde tudo, inclusive o carro. No dia seguinte, ele pega suas coisas, vai ao restaurante se despedir de Winnie, esmurra Eric e depois vai embora.
Ao ver um carro na estrada, ele pede carona e encontra Winnie sentada no banco de trás. Por causa da confusão causada por ele, ela perdera o emprego. Eles começam a discutir e são postos para fora do carro. Os dois continuam discutindo enquanto jogam a bagagem um do outro fora. Quando começa a chover, ambos se dirigem a um estábulo. Eventualmente, uma conversa civilizada se estabelece, na qual percebem como tudo entres eles mudou. Chorando, Winnie revela que eventualmente, esse distanciamento iria acontecer. Mas Kevin olha para ela e diz que não deseja o fim do relacionamento; depois a beija. Ela sorri, abri espaço em seu cobertor para eles e os dois se abraçam carinhosamente, para então trocarem beijos apaixonados.
No dia 4 de julho, eles estão de volta para casa. Karen aparece para uma visita anunciando estar grávida e Kevin faz as pazes com seu pai. O Kevin adulto comenta sobre aquele ter sido o ultimo 4 de julho que passou em sua casa e sobre o destino de cada um.
Ele tomou seu rumo, Paul Pfeiffer foi para Harvard estudar direito, Jack morreu dois anos depois, Norma se tornou uma mulher de negócios, o bebê de Karen ficou parecido com Kevin, Wayne tomou conta da fábrica de móveis do pai e Winnie foi para França estudar História da Arte. Ela e Kevin mantiveram a promessa de continuar em contato, se correspondendo nos últimos 8 anos. Ao voltar da França, ela foi recebida por Kevin, sua esposa e seu primeiro filho, de 8 meses.
Kevin reflete sobre a rapidez como a vida muda, um dia você é bebê, no outro você está indo embora de casa. Mas as lembranças da juventude acompanham as pessoas para sempre.
segunda-feira, janeiro 05, 2004
Cinco finais de alguma coisa
# 05 - Aqui Jaz Kenny...
Personagens de desenhos nunca deveriam morrer. Mas, de uns tempos para cá, nem eles estão imunes ao triste fim que os reserva.
Em terras tupiniquins, o cartunista Angeli já havia assassinado a Rê Bordosa.
Matt Groening, criador dos Simpsons, é quase um serial killer, matou diversos personagens. Entre eles: Dr. Marvin Monroe, médico da primeira temporada; Bleeding Gums Murphy - o ídolo da Lisa e o melhor saxofonista de Springfield e a esposa do Flanders, vizinho do Homer.
Agora quem morreu foi Kenny, do South Park. Tá certo que Matt Stone, criador da série, sempre matava e acabava ressuscitando o personagem logo em seguida. Mas desta vez não haverá volta. Matt cansou do personagem e o substituirá pelo novo integrante Butters.
Kenny morreu de uma doença muscular terminal no final da última temporada. Deixará saudades, amigos e muitos fãs. Pensando bem, não deixará saudades. Talvez alguns amigos e meia dúzia de fãs.
Texto publicado originalmente no extinto blog "ecos do caos" em 10/04/2002.
Em novembro de 2002, os criadores da série trouxeram Kenny de volta, depois de vários pedidos dos telespectadores.
Kyle, Cartman e Stan vão ao céu (?) resgatar Kenny, e o personagem se reintegra à turminha do desenho animado.
# 05 - Aqui Jaz Kenny...
Personagens de desenhos nunca deveriam morrer. Mas, de uns tempos para cá, nem eles estão imunes ao triste fim que os reserva.
Em terras tupiniquins, o cartunista Angeli já havia assassinado a Rê Bordosa.
Matt Groening, criador dos Simpsons, é quase um serial killer, matou diversos personagens. Entre eles: Dr. Marvin Monroe, médico da primeira temporada; Bleeding Gums Murphy - o ídolo da Lisa e o melhor saxofonista de Springfield e a esposa do Flanders, vizinho do Homer.
Agora quem morreu foi Kenny, do South Park. Tá certo que Matt Stone, criador da série, sempre matava e acabava ressuscitando o personagem logo em seguida. Mas desta vez não haverá volta. Matt cansou do personagem e o substituirá pelo novo integrante Butters.
Kenny morreu de uma doença muscular terminal no final da última temporada. Deixará saudades, amigos e muitos fãs. Pensando bem, não deixará saudades. Talvez alguns amigos e meia dúzia de fãs.
Texto publicado originalmente no extinto blog "ecos do caos" em 10/04/2002.
Em novembro de 2002, os criadores da série trouxeram Kenny de volta, depois de vários pedidos dos telespectadores.
Kyle, Cartman e Stan vão ao céu (?) resgatar Kenny, e o personagem se reintegra à turminha do desenho animado.
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