terça-feira, julho 29, 2003



ano dois

E hoje está fazendo dois anos que comecei a blogar.

Feito um náufrago, encontrei um barco.
Navegando a esmo, encontrei uma ilha.
Vou deixar meu barco ancorado no cais
e ancorar na ilha, ecos do caos...


O verso acima foi "ancorado" no Ilha Blog.
E por enquanto continuo navegando (a esmo) por estas bandas de cá.

desembucha: julho/2001 a setembro/2001
Ilha Blog: setembro/2001 a junho/2002
blogger: a partir de novembro/2001

segunda-feira, julho 28, 2003



O disco que mudou sua vida

The Ramones, The Ramones

Foi o primeiro disco dos Ramones, por causa da calça rasgada que o Joey usa na foto da capa. Aquela calça rasgada mudou a minha vida. Rasguei as minhas também, virei punk, minha mãe falou um monte. Isso aconteceu em 1978, quando eu estava na sexta série do primeiro grau. Eu estudava num colégio de padres e um amigo chamado Marcos Antônio Metidieri, me chamou para ir até a casa do primo dele para dar uma olhada no disco. E deu no que deu até hoje. Na minha escola havia poucos roqueiros, uns grandões, da oitava série. Os Ramones foram uma das bandas punks que não tiveram disco lançado por aqui na época, diferentemente de Clash, Vibrators e Sex Pistols. Então, era muito caro arrumar um vinil dos caras. Troquei minha coleção completa do Kiss, até o "Alive II", mais uns do Led Zeppelin, pelos primeiros dos Ramones.
João Gordo (Ratos de Porão)

Weezer, Weezer

Sem dúvida, o primeiro álbum do Weezer, porque foi a primeira vez que vi uma banda juntando muito bem som pesado, melodia bonita e um discurso anti-herói. Logo que saiu, achei o disco numa promoção por R$ 5,99. Nem conhecia a banda. Comprei mesmo por causa da capa. Faço muito isso: comprar pela capa. Principalmente porque no Rio não se pode ouvir o CD antes, como em São Paulo, por exemplo. Então, às vezes eu tinha sorte, outras vezes, não. No caso do Weezer, acertei direitinho. Acho que nunca vou me cansar dele, pois, até hoje, tenho uma visão diferente cada vez que o escuto.
Marcelo Camelo (Los Hermanos)

The Head On The Door, The Cure

Eu tinha 14 anos quando ouvi "The Head On The Door" e fiquei com vontade de tirar todas as músicas no violão. Consegui porque era fácil de tirar e essa era uma das coisas que eu mais gostava do Cure. Até hoje, sei cantar todas as músicas. Tinha muitas canções fofinhas, mas a que eu mais gostava era "A Night Like This", que deve ser a mais básica do disco e trazia um pouquinho do lado melancólico do Cure. Dois anos depois, quando confirmaram a vinda deles para um show em Belo Horizonte, fiquei emocionadíssima. Eu não era gótica. Na verdade, fazia parte de uma turminha que não era muito de festa e se preocupava com o mundo. Éramos contra clichês e o Robert Smith demonstrava coragem no modo de se vestir e de se expressar, aquela coisa de ser você mesmo. Como Robert, não há outro. The Cure tem a forma perfeita para fazer música.
Fernanda Takai (Pato Fu)

Publicado da revista ShowBizz - edição 178

domingo, julho 27, 2003



Que disco mudou sua vida?

Remexendo velhas revistas, me deparei com uma edição da "ShowBizz" (maio de 2000) com a matéria de capa: "Que disco mudou sua vida?"
Revirei meus trapos coloridos, para tentar descobrir qual disco poderia ter sido tão importante assim, a ponto de ter mudado a minha vida.

Voltei para o ano de 1986, quando eu era aprendiz do Senai. Na época fazia um curso de ajustador mecânico e recebia uma espécie de bolsa-auxilio de uma grande multinacional.

O rock nacional vivia o seu apogeu, e eu estava me tornando um voraz consumidor de discos, adquiridos com os poucos trocados recebidos da empresa.

Mas em 1986, muita coisa aconteceu: o cometa Halley que não veio, a copa no México e o título para a Argentina, o plano cruzado do Sarney, o filme "Curtindo a Vida Adoidado", e uma avalanche de discos bons de rock brasileiro.

Nesse mesmo ano, o Ira! lançou seu segundo LP: "Vivendo e Não Aprendendo", e esse é um disco que escutei sem parar (sei todas as letras). A Legião Urbana também lançou seu segundo álbum: "Dois", o disco que mais curti da banda. Os Titãs com seu "Cabeça Dinossauro" também faz seu melhor disco. E tantas outras bandas que eu já comentei por aqui, prestigiaram aquele ano com bons discos.

Mas como catalogar aquele disco que poderia ter mudado minha vida? E me lembrei dos discos que havia ganhado de "herança" dos meus irmãos mais velhos.

E naquele ano, eu ganhei um disco que foi lançado em 1976: "Há 10 Mil Anos Atrás", do Raul Seixas. Na capa, Raulzito encarna um ancião com pinta de Gandalf de "O Senhor dos Anéis" ou Alvo Dumbledore de "Harry Potter".

As músicas? - Canto Para a Minha Morte, Meu Amigo Pedro, Quando Você Crescer, Eu Também Vou Reclamar, As Minas do Rei Salomão, Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás, entre outras.

Um disco que se não mudou a minha vida, mudou pelo menos minha adolescência.
Mas afinal o que não muda nessa fase?

quinta-feira, julho 24, 2003

Um pouco antes de encerrar suas atividades, Deanna publicou em seu blog um poema do Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa. E esse é um dos melhores poemas dele. Na verdade só perde para Todas as Cartas de Amor são Ridículas, que é o meu favorito.
E como ela encaixotou de vez seu blog, e eu não tive oportunidade de escrever que sinto falta dos seus escritos, esse é um post homenagem...


Poema em Linha Reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.

Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;

Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;

Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?

Ó principes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

domingo, julho 13, 2003

Responda com nomes de músicas de uma banda

(mais um questionário que encontrei no Inagaki)

Pato Fu
1. Você é homem ou mulher? Eu
2. Como você descreveria sua pessoa? A Volta do Boêmio
3. Como as pessoas o definem? Eu Sei
4. Como você se define? Ando Meio Desligado
5. Descreva sua namorada: Ruído Rosa
6. Onde você gostaria de estar? Tchau Tô Indo Já Fui
7. O que você gostaria de ser? Canção Pra Você Viver Mais
8. Descreva sua forma de viver: Vivo Num Morro
9. Descreva sua forma de amar: O Amor em Carne e Osso
10. Divida conosco algumas palavras de sabedoria: O Mundo Não Mudou

Los Hermanos
1. Você é homem ou mulher? Cara Estranho
2. Como você descreveria sua pessoa? Além Do Que Se Vê
3. Como as pessoas o definem? Quem Sabe
4. Como você se define? Sentimental
5. Descreva sua namorada: Veja bem meu bem
6. Onde você gostaria de estar? Casa Pré-Fabricada
7. O que você gostaria de ser? Mais uma Canção
8. Descreva sua forma de viver: De Onde Vem a Calma
9. Descreva sua forma de amar: Último Romance
10. Divida conosco algumas palavras de sabedoria: Todo Carnaval tem seu fim

O Rappa
1. Você é homem ou mulher? O Homem Amarelo
2. Como você descreveria sua pessoa? Eu Quero Ver Gol
3. Como as pessoas o definem? Cristo e Oxalá
4. Como você se define? Pescador de Ilusões
5. Descreva sua namorada: Fogo Cruzado
6. Onde você gostaria de estar? Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero)
7. O que você gostaria de ser? Lado b Lado a
8. Descreva sua forma de viver: Eu Não Sei Mentir Direito
9. Descreva sua forma de amar: Coincidências e Paixões
10. Divida conosco algumas palavras de sabedoria: Ninguém Regula a América

quinta-feira, julho 10, 2003

Faz tempo, faz muito tempo...

Faz tempo que não uso meus óculos.
Faz tempo que não envio cartões de natal.
Faz tempo que não como comida sem sal.
Faz tempo que não jogo videogame.
Faz tempo que não uso relógio de pulso.
Faz tempo que não mudo o meu percurso.
Faz tempo que não troco de perfume.
Faz tempo que não coloco um long play no meu som.

Faz tempo que não como um bombom.
Faz tempo que não assisto um filme do Charlie Chaplin.
Faz tempo que não leio um gibi.
Faz tempo que não me pergunto: "O que é que estou fazendo aqui?"
Faz tempo que não choro (e dizem que chorar faz bem).
Faz tempo que não viajo de trem.
Faz tempo que não assisto um desenho animado.
Faz tempo que não chove na minha horta.

Faz tempo que ninguém bate na minha porta.
Faz tempo que não volto para casa
Faz tempo que não tomo remédio.
Faz tempo que não reclamo do tédio.
Faz tempo que não tomo um banho de cachoeira.
Faz tempo que não toco violão.
Faz tempo que não invento uma canção.
Faz tempo que não fumo um cigarro.

Faz tempo que não uso um boné.
Faz tempo que não ando a pé.
Faz tempo que não assisto um filme de terror.
Faz tempo que não rego uma planta.
Faz tempo que não ouço um mantra.
Faz tempo que não vou ao estádio de futebol.
Faz tempo que não uso uma máquina de escrever.
Faz tempo que não deixo a barba crescer.

Faz tempo que não fico de porre.
Faz tempo que esse blog não morre.

quarta-feira, julho 02, 2003

uma lista de cancerianos do pop/rock internacional

01. Bon Scott, primeiro vocalista do AC/DC,
02. Fred Schneider, vocalista do The B-52’S,
03. Peter Murphy, vocalista do Bauhaus,
04. Ringo Starr, baterista do The Beatles,
05. Geezer Butler, baixista do Black Sabbath,
06. Ian Curtis, vocalista e guitarrista do Joy Division,
07. Eric Carr, baterista do Kiss,
08. Ed Kowalczyk, vocalista do Live,
09. Colin Hay, vocalista e guitarrista do Men At Work,
10. Stewart Copeland, baterista do The Police,
11. Brian May, guitarrista do Queen,
12. Marky Ramone, baterista do Ramones,
13. Jack Irons, primeiro baterista do Red Hot Chili Peppers,
14. Michael Monarch, guitarrista do Steppenwolf,
15. Mark Hart, vocalista e tecladista do Supertramp.