segunda-feira, julho 28, 2003



O disco que mudou sua vida

The Ramones, The Ramones

Foi o primeiro disco dos Ramones, por causa da calça rasgada que o Joey usa na foto da capa. Aquela calça rasgada mudou a minha vida. Rasguei as minhas também, virei punk, minha mãe falou um monte. Isso aconteceu em 1978, quando eu estava na sexta série do primeiro grau. Eu estudava num colégio de padres e um amigo chamado Marcos Antônio Metidieri, me chamou para ir até a casa do primo dele para dar uma olhada no disco. E deu no que deu até hoje. Na minha escola havia poucos roqueiros, uns grandões, da oitava série. Os Ramones foram uma das bandas punks que não tiveram disco lançado por aqui na época, diferentemente de Clash, Vibrators e Sex Pistols. Então, era muito caro arrumar um vinil dos caras. Troquei minha coleção completa do Kiss, até o "Alive II", mais uns do Led Zeppelin, pelos primeiros dos Ramones.
João Gordo (Ratos de Porão)

Weezer, Weezer

Sem dúvida, o primeiro álbum do Weezer, porque foi a primeira vez que vi uma banda juntando muito bem som pesado, melodia bonita e um discurso anti-herói. Logo que saiu, achei o disco numa promoção por R$ 5,99. Nem conhecia a banda. Comprei mesmo por causa da capa. Faço muito isso: comprar pela capa. Principalmente porque no Rio não se pode ouvir o CD antes, como em São Paulo, por exemplo. Então, às vezes eu tinha sorte, outras vezes, não. No caso do Weezer, acertei direitinho. Acho que nunca vou me cansar dele, pois, até hoje, tenho uma visão diferente cada vez que o escuto.
Marcelo Camelo (Los Hermanos)

The Head On The Door, The Cure

Eu tinha 14 anos quando ouvi "The Head On The Door" e fiquei com vontade de tirar todas as músicas no violão. Consegui porque era fácil de tirar e essa era uma das coisas que eu mais gostava do Cure. Até hoje, sei cantar todas as músicas. Tinha muitas canções fofinhas, mas a que eu mais gostava era "A Night Like This", que deve ser a mais básica do disco e trazia um pouquinho do lado melancólico do Cure. Dois anos depois, quando confirmaram a vinda deles para um show em Belo Horizonte, fiquei emocionadíssima. Eu não era gótica. Na verdade, fazia parte de uma turminha que não era muito de festa e se preocupava com o mundo. Éramos contra clichês e o Robert Smith demonstrava coragem no modo de se vestir e de se expressar, aquela coisa de ser você mesmo. Como Robert, não há outro. The Cure tem a forma perfeita para fazer música.
Fernanda Takai (Pato Fu)

Publicado da revista ShowBizz - edição 178