domingo, julho 27, 2003



Que disco mudou sua vida?

Remexendo velhas revistas, me deparei com uma edição da "ShowBizz" (maio de 2000) com a matéria de capa: "Que disco mudou sua vida?"
Revirei meus trapos coloridos, para tentar descobrir qual disco poderia ter sido tão importante assim, a ponto de ter mudado a minha vida.

Voltei para o ano de 1986, quando eu era aprendiz do Senai. Na época fazia um curso de ajustador mecânico e recebia uma espécie de bolsa-auxilio de uma grande multinacional.

O rock nacional vivia o seu apogeu, e eu estava me tornando um voraz consumidor de discos, adquiridos com os poucos trocados recebidos da empresa.

Mas em 1986, muita coisa aconteceu: o cometa Halley que não veio, a copa no México e o título para a Argentina, o plano cruzado do Sarney, o filme "Curtindo a Vida Adoidado", e uma avalanche de discos bons de rock brasileiro.

Nesse mesmo ano, o Ira! lançou seu segundo LP: "Vivendo e Não Aprendendo", e esse é um disco que escutei sem parar (sei todas as letras). A Legião Urbana também lançou seu segundo álbum: "Dois", o disco que mais curti da banda. Os Titãs com seu "Cabeça Dinossauro" também faz seu melhor disco. E tantas outras bandas que eu já comentei por aqui, prestigiaram aquele ano com bons discos.

Mas como catalogar aquele disco que poderia ter mudado minha vida? E me lembrei dos discos que havia ganhado de "herança" dos meus irmãos mais velhos.

E naquele ano, eu ganhei um disco que foi lançado em 1976: "Há 10 Mil Anos Atrás", do Raul Seixas. Na capa, Raulzito encarna um ancião com pinta de Gandalf de "O Senhor dos Anéis" ou Alvo Dumbledore de "Harry Potter".

As músicas? - Canto Para a Minha Morte, Meu Amigo Pedro, Quando Você Crescer, Eu Também Vou Reclamar, As Minas do Rei Salomão, Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás, entre outras.

Um disco que se não mudou a minha vida, mudou pelo menos minha adolescência.
Mas afinal o que não muda nessa fase?